Tropas de imagens partilham o (não) saber geográfico: territórios contestados de poder


1 Este artigo é um desdobramento de minha fala na mesa Territórios de poder nas imagens, do V Colóquio Internacional A educação pelas imagens e suas geografias. Decidi por manter as marcas de oralidade no fluxo da escrita, incluindo o uso da primeira pessoa do singular.

2 Da mesma maneira, podemos dizer que o tipo de registro e o contexto de aparição e circulação de uma imagem também promovem e determinam tropas de imagens. Dessa forma, uma fotografia aciona tropas de outras imagens fotográficas, e uma imagem produzida no contexto científico acadêmico aciona tropas científico-acadêmicas. Mas não só.... Uma vez que, segundo Deligny (2009:129), o acordo de formação de tropas se faz entre elas, entre as próprias imagens.

3 Na impossibilidade de publicar aqui as imagens, devido aos seus direitos autorais, solicito ao leitor que entre no link. Nesse sentido, deixar o link como parte do texto principal é um modo de dizer que no lugar dele estariam as imagens não fosse a impossibilidade aqui indicada.

4 Tradução e acréscimos entre colchetes feitos pelo autor deste artigo.

5 Esta mesma pista foi seguida em classe para pensarmos os territórios de poder nas imagens que fazem com que os corpos femininos sejam tidos como específicos de um gênero, enquanto os masculinos sejam tidos como exemplos do universal, válido para todos os gêneros e transgêneros. Portanto, a mesma estratégia de poder, sutil e persistente, que faz da imagem de um homem branco o signo equivalente à palavra Homem.

6 Segundo alguns autores de livros didáticos, por exemplo Sene (2013), as fotografias são muito utilizadas nos materiais didáticos, porque esse tipo de imagem nos mostra a realidade de um modo mais próximo daquilo que veríamos com nossos próprios olhos se estivéssemos diante do lugar fotografado. Portanto, uma escolha deliberadamente vinculada ao território de poder de verossimilhança presente nesse tipo de imagens.

7 Os grifos são do texto original.