Interpretações cuyanas sobre a geografia no Brasil

  • Paulo Roberto da Albuquerque Bomfim
Palabras clave: história da geografia, Boletín de Estudios Geográficos, redes e trajetorias geográficas, geografia na Argentina, Brasil e França, periódicos geográficos

Resumen

O objetivo principal deste artigo é investigar, a partir da leitura do Boletín de Estudios Geográficos publicado pela Universidad Nacional de Cuyo (Mendoza), como o Brasil e a geografia produzida no Brasil despertaram interesse entre geógrafos argentinos nas décadas de 1950 e 1960. A Universidad de Cuyo foi o epicentro das relações acadêmicas exteriores na Argentina, lugar que será ocupado pela Universidad de Buenos Aires nos anos de 1970. Identificamos nos números do Boletín comentários, notas e artigos que evidenciam a circulação de geógrafos brasileiros e argentinos entre Mendoza e instituições/locais brasileiros, como Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Associação dos Geógrafos Brasileiros. Os geógrafos argentinos desejavam um aggiornamento de suas linhas de pesquisa, numa perspectiva de inserção no planejamento como instrumento de superação do subdesenvolvimento das economias latino-americanas. Os textos do Boletín demostram também forte influência da geografia francesa. Esse contato com as produções brasileiras e francesas assinala caminhos teóricos da geografia na Argentina permeados por rubricas como geografia aplicada, geografia tropical etc., que marcam logros e impasses nas reflexões geográficas locais, corroborando um rico intercâmbio geográfico transnacional, muitas vezes pleno de contradições teóricas e político-ideológicas.

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Publicado
2020-11-30
Cómo citar
da Albuquerque Bomfim, P. R. (2020). Interpretações cuyanas sobre a geografia no Brasil. Punto Sur, (3), 170-190. https://doi.org/10.34096/ps.n3.9703