Lutas por direitos no espaço urbano brasileiro e os ODS no contexto da pandemia de COVID-19

Resumo

Este artigo examina as ações dos movimentos socioespaciais e socioterritoriais urbanos no Brasil durante 2020 e 2021, em um contexto marcado pela pandemia e pela polarização política sob o governo de Jair Bolsonaro. A crise sanitária e o aumento da pobreza impulsionaram a mobilização de diversos grupos, tanto críticos quanto favoráveis ao governo. Durante o período analisado, foram registrados 438 movimentos ativos. Em 2020, suas ações se concentraram nas grandes metrópoles, mas, em 2021, expandiram-se para cidades intermediárias. Os dados mostram como o contexto político e social influenciou suas agendas. Os grupos conservadores e de extrema direita desafiaram as diretrizes da OMS e rejeitaram o marco dos ODS, enquanto os movimentos de esquerda promoveram iniciativas contra a pobreza e em defesa da saúde, da educação e do trabalho. Esse período refletiu profundas disputas e a falta de consenso na sociedade brasileira sobre um futuro mais justo e sustentável. A pesquisa foi realizada no âmbito da Rede DATALUTA, que administra o Banco de Dados das Lutas por Espaços e Territórios, analisando, desde 2020, a relação entre essas lutas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Altemar Amaral Rocha, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia – PPGEO-UESB e do Departamento de Geografia daUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Aline Lima Santos, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Pós-Doutora no Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo. Doutoraem Ciências (2016), na área de Geografia Humana, pela Universidade de São Paulo. Pesquisadoracolaboradora da REDE DATALUTA - Rede Brasileira de Pesquisa das Lutas por Espaços e Territórios -Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho / Instituto de Políticas Públicas e RelaçõesInternacionais-UNESP-SP.
Vitória Levorato de Amaro Silva, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Graduanda em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Ciências e Tecnologia.Pertenceu à Rede Brasileira de Pesquisas das Lutas por Espaços e Territórios (REDE DATALUTA) entre osanos de 2022 e 2023.

Referências

Avritzer, L. (2020). Política e antipolítica: a crise do governo Bolsonaro. Todavia.

Lacerda, N. (2012). Fragmentação e integração: movimentos de reestruturação espacial das metrópoles brasileiras. Desafios do planejamento. Rio de Janeiro: Letra Capital, 21-42.

Brasil, S. F. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico.

Dardot, P., & Laval, C. (2016). A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Editora Boitempo.

Della Porta, D. (2020). Movimientos sociales en tiempos de Covid-19: otro mundo es necesario. Alerta global, 175.

Fernandes, B. M. (2012). Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais: contribuição teórica para uma leitura geográfica dos movimentos sociais. Revista Nera, (6), 24-34.

Gohn, M. D. G. (2011). Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista brasileira de Educação, 16(47), 333-361.

Halvorsen, S; Fernandes, B. M. Torres, F. V. (2021) Movimentos Socioterritoriais em Perspectiva Comparada. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 24-53.

Harvey, D. (2018) Pela desvinculação da lógica de mercado do direito à cidade in: GARCIA, C. Transformar a cidade. Portal Aprendiz, São Paulo.

IBGE, (2017) PNAD Contínua - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, Rio de Janeiro -2017, disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html,acesso em 14 de abril de 2023.

IPEA, (2019). Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Brasília, 2019, disponível em: https://www.ipea.gov.br/ods/ods6.html, acesso em 14 de abril de 2023.

Krüger, N. R. M., Krüger, C., & Ferreira, G. H. S. (2020). Para ficar em casa é preciso ter casa: a covid-19 e o direito à moradia no Brasil. Boletim Regional, Urbano e Ambiental (IPEA) , v. 24, p.97-110, 2021.

Motta, E. M. (2017). Fragmentação socioespacial: reflexões a partir de condomínios fechados e shopping centers em Belo Horizonte. XVII ENANPUR, 1-15.

Penssan. (2022). II VIGISAN: relatório final/Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar – PENSSAN. -- São Paulo, SP. 2022.

Schapira, M. F. P. (2001). Fragmentación espacial y social: conceptos y realidades. Perfiles latinoamericanos: revista de la Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales, Sede México, 9(19), 33-56.

Rolnik, R. (1988). O que é cidade. São Paulo: Brasiliense.

Santos, C. M. (1990). METRÓPOLE CORPORATIVA FRAGMENTADA: O Caso de São Paulo de Milton Santos. São Paulo: Nobel: Secretaria de Estado da Cultura.

Sechi, B. (2007). A cidade contemporânea e seu projeto. In: Reis Filho, Nestor, Portas, Nuno, Tanaka, Marta. Dispersão urbana. Diálogo sobre pesquisas Brasil-Europa. São Paulo: FAU, p. 111-139.

Segall, A. M. (2022). entrevista in: Silveira, D. Fome no Brasil: número de brasileiros sem ter o que comer quase dobra em 2 anos de pandemia, entrevista no G1, Rio de Janeiro.

Souza, W. V. F., da Silva, K. V. C., & de Paiva Silva, F. (2021). A Fome no (s) Nordeste (s): bolsa família, escala de insegurança alimentar (EBIA) e programa um milhão de cisternas (P1MC) na região nordeste e seus impactos. PEGADA-A Revista da Geografia do Trabalho, 22(1), 306-340.

Sposito, M. E. B. (2011). A produção do espaço urbano: escalas, diferenças e desigualdades socioespaciais. A produção do espaço urbano: agentes e processos, escalas e desafios. São Paulo: Contexto, 123-145.

Sposito, M. E. B; Góes, E. M. (2013). Espaços fechados e cidades: insegurança urbana e fragmentação social. 1. Ed. São Paulo: Editora UNESP, 2013.
Publicado
2025-06-05
Como Citar
Ventura Ferreira Souza, W., Rocha, A. A., Santos, A. L., Suenaga, M. E. G. B., & Silva, V. L. de A. (2025). Lutas por direitos no espaço urbano brasileiro e os ODS no contexto da pandemia de COVID-19. Punto Sur, (12), 149-174. https://doi.org/10.34096/ps.n12.14572