Entre novidades úteis e graciosas velharias: como a obra literária se relaciona dialeticamente à história
Palabras clave:
Quarup, modernização conservadora, arcaico e moderno, literatura e história
Resumen
Este texto procura analisar o romance brasileiro Quarup, escrito por Antonio Callado e publicado em 1967, a partir da análise da ambiência da Farmácia Castanho e do personagem Ramiro Castanho, elementos extremamente significativos dessa obra e que aparecem no segundo e terceiro capítulos. Tentar-se-á relacioná-los ao conceito de modernidade conservadora, ou modernidade reflexa, expressões defendidas por Darcy Ribeiro, Renato Ortiz, Antonio Candido, Roberto Schwarz, entre outros autores que serão contemplados aqui. Esta obra foi escrita em um momento conturbado do Brasil. No país, ditadura militar já instaurada, prisões, censura e o controle social eram temas reais, marcavam um regime político extremamente autoritário e violento que durou aproximadamente 20 anos. Após ler Quarup temos uma outra dimensão sobre o país, temos condições de perceber as contradições inerentes à modernidade e percebemos o porquê de o Brasil não caminhar, de fato, rumo a um progresso efetivo. Ao superar o caráter documental e se realizar de forma estética, Quarup capta a lógica de funcionamento de uma sociedade regida pela dialética entre modernização e atraso. Defendemos que Quarup capta essas contradições desse país que avança pouco e lentamente, pois, ao mesmo tempo em que tenta progredir, mantém suas raízes presas ao passado, isto é, mantém velharias, mas as ornamenta com novidades aparentemente úteis.Descargas
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Publicado
2020-11-30
Cómo citar
Basso Motta, M. (2020). Entre novidades úteis e graciosas velharias: como a obra literária se relaciona dialeticamente à história. Inter Litteras, (2), 251-270. https://doi.org/10.34096/interlitteras.n2.9738
Número
Sección
Investigación