Brechas sonoras: resistencias y recreaciones. Desgarrando sistemas político-culturales

  • Cesar Buscacio Universidade Federal de Ouro Preto
  • Virgínia Buarque Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Palabras clave: sonoridades, brechas sonoras, subalternidad, Michel de Certeau

Resumen

Este artículo tematiza la promoción de brechas sonoras por parte de grupos subalternizados. Las brechas sonoras son consideradas prácticas de resistencia y de recreación parcial de las condiciones de existencia frente a los procesos de exploración, espoliación y hasta aniquilación a los que históricamente se enfrentan tales grupos. Consideramos que las brechas sonoras desgarran postulados de legitimización identitaria y jerárquica vinculados a sensibilidades y racionalidades que contribuyen, de esta manera, a fisurar la hegemonía de los sistemas político-culturales establecidos en la modernidad. Sugerimos, como hipótesis, que las brechas sonoras proceden mediante una triple operatoria: 1) transitan incesantemente dificultando su capitalización y reificación; 2) se imbrican a lo sensorio y a la corporeidad en la activación de epistemologías particulares; 3) invocan órdenes utópicos de lo social, a través de la interconexión de cosmologías, ancestralidades, etc. Procedemos a una interpretación de las brechas sonoras activadas por pueblos amerindios, africanos y afro-descendientes, en las tierras del Estado de Minas Gerais, en el transcurso de los siglos XVIII y XIX. En términos teóricos, fundamentamos nuestra reflexión principalmente en el trabajo del historiador jesuita Michel de Certeau, que al abordar las sonoridades como el "otro" de la escritura occidental, indicó su potencial en términos de "las artes del hacer" y las "tácticas" de los débiles.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Citas

Abreu, M. (2003). Cultura popular: um conceito e várias histórias. In M. Abreu e R. Soihet (Orgs.). Ensino de História: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra.

Abreu, M. (2017). Da senzala ao palco: canções escravas e racismo nas Américas, 1870-1930. Campinas: Ed. da Unicamp.

Álvares, M. M. (2018). Alteridade e história entre os Maxacali. (tese de doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.

Araújo, R. F. de (2017). Candombe mineiro: É d’ingoma/ Saravano tambu/ Peço licença/ Pro meu canto firmá. (tese de doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.

Barthes, R. (1988). O grão da voz. In O rumor da língua. São Paulo: Brasiliense.

Barthes, R. (1990). O grão da voz. In O óbvio e o obtuso: ensaios críticos III. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Bicalho, C. (2010). Koxuk, a imagem do yãmîy na poética maxakali. (tese de doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.

Borges, C. M. (2005). Escravos e libertos nas Irmandades do Rosário: devoção e solidariedade em Minas Gerais – séculos XVIII e XIX. Juiz de Fora: Editora UFJF.

Buarque, V. e Buscacio, C. M. (2021). Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX). Revista Antíteses, 4(28), 223-257.

Camara, A. A. A. da (s.d.). Voz do soul, voz da alma: música, educação e religiosidade nos cantos de trabalho afro-descendentes. Trabalho apresentado no Programa de Pós-Graduação Conhecimento e Inclusão Social em Educação. Mimeo.

Certeau, M. de (1980). Utopies vocales: glossolalies. Traverses: la voix, l’écoute, 20, 29-47.

Certeau, M. de (1982a). A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Certeau, M. de (1982b) La Fable Mystique, 1. Paris: Gallimard.

Certeau, M. de (1987). La Faiblesse de croire. Paris: Seuil.

Certeau, M. de (1994a). A Invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes.

Certeau, M. de (1994b). La Prise de parole et autres écrits politiques. Paris: Du Seuil.

Certeau, M. de, Giard, L. e Mayol, P. (2009). A Invenção do cotidiano. V. 2: morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes.

Daibert, R. (2015). A religião dos bantos: novas leituras sobre o calundu no Brasil colonial. Estudos Históricos, 28(55), 7-25.

Dias, P. (2001). A outra festa negra. In I. Kantor e I. Jancsó (Org.). Festa: cultura e sociabilidade na América Portuguesa. São Paulo: Hucitec / Edusp. Recuperado de http://cachuera.org.br/cachuerav02/images/stories/arquivos_pdf/aoutrafestanegra.pdf

Fonseca, M. B. (s.d.). A educação dos escravos pelos tambores - O Candombe como educação. Minas Gerais: Século XIX. Recuperado de http://www.fae.ufmg.br/portalmineiro/conteudo/externos/3cpehemg/congresso/A%20educa%C3%A7%C3%A3o%20dos%20escravos%20pelos%20tambores%20-%20O%20Candombe%20como%20educa%C3%A7%C3%A3o.%20Minas%20Gerais%20-%20s%C3%A9culo%20XIX.pdf

Furtado, J. F. (2008). Os sons e os silêncios nas Minas de Ouro. In Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica: Europa, Américas e África. São Paulo / Belo Horizonte: Annablume / Fapemig / PPGH-UFMG.

Labarre, J. de (2014). Poder, território, som: alguns comentários. El oído piensante, 2(1). Recuperado de http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/oidopensante/article/view/7433/6646

Lagrou, E. (2010). Arte ou artefato? Agência e significado nas artes indígenas. Proa, 2(1), 1-26.

Lino, T. R. (2015). O lócus enunciativo do sujeito subalterno: fala e emudecimento. Anuário de Literatura, 20(1), 74-95.

Lyra, E. F. de B. e Camara, A. A. A. da (2016). Batuques, batucadas e macumbas: os primeiros registros fonoelétricos, de 1927 a 1933, das tradições orais Bantu no Brasil. Anais do 14º Colóquio de Pesquisa do PPGM/UFRJ. Rio de Janeiro (v. 1).

Maliska, M. E. (2010). Glossolalia: polifonia e polirritmia vocal. Linguagens. Revista de Letras, Artes e Comunicação, 4(2), 248-257.

Marquez, R. (2020). A língua das onças e das lontras. Arte e Ensaios, 26(40), 361-373.

Mattos, I. M. de (2011). Educar para dominar. Revista do Arquivo Público Mineiro, XLVII(1), 98-110.

Paula Júnior, A. F. de (2020). A caiumba: ética e estética bantu no Oeste Paulista. Artefilosofia, 15(28), 46-65.

Pécora, A. (1992). O bom e o boçal ou o selvagem americano entre calvinistas franceses e católicos ibéricos. Remate de Males, 12, 35-44.

Pereira, S. L. (2012). Sobre a possibilidade de escutar o Outro: voz, world music, interculturalidade. E-Compós: Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Educação, 15(2), 1-16.

Pereira, S. L. e López Moya, M. de la C. (2018). De músicas, sons e dissonâncias: experiências de pesquisa nas ruas de duas cidades. Anais do Intercom - 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Joinvile.

Porto, H. T (2018). O que anunciam os Tikmữ’ữn: por uma dialética com cantos indígenas. Linguagem em (Re)vista, 13(25/26), 194-221.

Prandi, R. (2000). De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. Revista USP, 46, 52-65.

Rocha, C. M. de H. (2017). Escutando a cidade: cartografia de sonoridades. (tese de doutorado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Silva, M. do R. G. da (2018). As lutas simbólicas do Candombe mineiro: das comunidades N’goma à tradição festiva dos Tambus sagrados. Anais Eletrônicos do Congresso Epistemologias do Sul, 2(1). Recuperado de https://revistas.unila.edu.br/aeces/article/view/855/863

Silva, S. J. da (2005). Memórias sonoras da noite: musicalidades africanas no Brasil Oitocentista. (tese de doutorado). PUC-SP, São Paulo, Brasil.

Sousa, G. G. de (2016). Nas malhas do Bispado e do Santo Ofício: práticas mágicas e repressão em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII. Anais do XX Encontro Regional de História. Recuperado de http://encontro2016.mg.anpuh.org/resources/anais/44/1469073951_ARQUIVO_NasmalhasdoBispadoedoSantoOficio-XXEncontroRegionaldeHistoria-ANPUH-MG2016.pdf

Souza, L. de M. (1993). O inferno atlântico: demonologia e colonização. Séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras.

Souza, S. C. M. de (2011). Danças licenciosas, voluptosas,sensuais... mas atraentes!: representações do batuque em relatos de viajantes (Brasil - século XIX). Revista Brasileira de História das Religiões, 11, 53-70.

Tugny, R. P. de (2015). Modos de escutar ou: como colher o canto das árvores? In H. L. da Silva e J. A. B. Zille (Org.). Música e educação. Barbacena: EdUEMG.

Viana, F. H. (2011). A paisagem sonora de Vila Rica e a música barroca das Minas Gerais (1711-1822). (tese de doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.

Wittmann, L. T. (2011). Flautas e maracás: música nas aldeias jesuíticas da América Portuguesa (séculos XVI e XVII). (tese de doutorado). Universidade Estadual de Campinas-Unicamp, Campinas, Brasil.

Publicado
2022-09-22
Cómo citar
Buscacio, C., & Buarque, V. (2022). Brechas sonoras: resistencias y recreaciones. Desgarrando sistemas político-culturales. El oído Pensante, 10(2). https://doi.org/10.34096/oidopensante.v10n2.10385