Insubmissos, trânsfugas e informantes:os desertores das guarnições hispano-portuguesas nas regiões centrais da América do Sul, c. 1750-1800

  • Francismar Alex Lopes de Carvalho
Palavras-chave: recrutamento militar, fortificações, Mato Grosso, Mojos e Chiquitos

Resumo

A correspondência dos comandantes dos presídios em áreas de fronteira dos impérios ibéricos com freqüência dava conta da deserção de soldados e oficiais. A ubiqüidade do fenômeno faz pertinentes questionamentos sobre as condições de trabalho que predominavam nas fortificações e as motivações dos trânsfugas. Este artigo se concentra nas últimas décadas do século XVIII, nos limites entre a capitania portuguesa de Mato Grosso e as províncias espanholas do Paraguai, Mojos e Chiquitos, espaços pontilhados por destacamentos e fortificações separados uns dos outros, com pouca distância, pelos rios Paraguai e Guaporé. Sem desconsiderar que as péssimas condições materiais eram um condicionante importante para as deserções, este artigo argumenta que a insatisfação de soldados e oficiais com a distribuição de honras e prêmios também era uma dimensão essencial do fenômeno. Os trânsfugas não raro imaginavam não terem sido correspondidos em seus serviços e esforços e resolviam negociar sua lealdade como vassalos de outro monarca.

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Como Citar
Lopes de Carvalho, F. A. (1). Insubmissos, trânsfugas e informantes:os desertores das guarnições hispano-portuguesas nas regiões centrais da América do Sul, c. 1750-1800. Memoria Americana. Cuadernos De Etnohistoria, 25(2), 113-134. https://doi.org/10.34096/mace.v25i2.4032
Seção
Artículos Dossier