Intemperie n°1, de Nicolás Carrasco: o poder de uma partitura verbal que surge como um dispositivo de escuta

  • Santiago Astaburuaga Universidad Nacional Autónoma de México
Palavras-chave: audição, pontuação verbal, dispositivo, texto, notação

Resumo

A questão do que se torna audível e visível na emergência de um encontro musical em que artistas, instrumentos, partituras, sons, lugares e público se juntam, surgiu nas últimas décadas como um impulso que energizou tanto a criação de obras como as práticas e discursos musicais. Foi assim que surgiu uma produção incessante de partituras verbais - compostas exclusivamente de palavras - que no seu processo de actualização nos permitem pensar não só no plano sonoro que delas emerge, mas também na multiplicidade das qualidades da situação em que podem ser realizadas. Esta problemática abriu várias reflexões sobre o poder de uma partitura como texto, ou seja, sobre as formas como podemos dar sentido aos sinais, às margens, ao que a escrita deste dispositivo diz e ao que esconde. Este artigo pretende sublinhar estas questões através da análise de uma partitura verbal do compositor Nicolás Carrasco, chamada Intemperie n°1, cuja notação ignora toda a delimitação interpretativa centrada na emissão de sons para dar lugar à implantação de uma prática singular de escuta.

Downloads

Não há dados estatísticos.
Publicado
2021-10-14
Como Citar
Astaburuaga, S. (2021). Intemperie n°1, de Nicolás Carrasco: o poder de uma partitura verbal que surge como um dispositivo de escuta. El oído Pensante, 9(2). https://doi.org/10.34096/oidopensante.v9n2.10003