Investigação em Performance e a fractura epistemológica

  • Jorge Salgado Correia
Palavras-chave: investigação, performance musical, embodied meaning, conhecimento, validação

Resumo

  A tendência de integrar a produção artística no corpo da investigação académica, embora de diferentes modos e com variável pertinência, tem crescido consideravelmente. Isto tem acontecido, em muitos casos, por factores conjunturais em que artistas –devido à sua “nova” condição de docentes universitários– investigam sobretudo o seu trabalho artístico, isto é, como se preparam (a nível musical, técnico ou psicológico), como ensaiam, como produzem sentido, como criam as suas narrativas emocionais, como as executam, ou como são percebidos e/ou apreciados pelas suas audiências, contribuindo assim para a compreensão dos seus processos criativos e do ritual da performance. Enquadram-se assim no âmbito da subdisciplina da Musicologia denominada Estudos em Performance. Alguns porém, ao focalizarem-se nos inextricáveis aspectos da experiência estética: poiésis, aesthesis e/ou katarsis, assumem uma investigação em que a prática performativa é uma componente essencial tanto do processo como dos resultados de investigação. Esta nova realidade, que poderemos denominar Investigação em Performance resulta assim de uma fractura no modelo epistemológico dos Estudos em Performance e encontra grandes afinidades com a emergente área da Investigação Artística, obrigando-nos a repensar conceitos como “conhecimento”, “investigação” e “validação”. Neste quadro teórico a noção de embodied meaning é crucial.

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Publicado
2013-08-05
Como Citar
Salgado Correia, J. (2013). Investigação em Performance e a fractura epistemológica. El oído Pensante, 1(2). Recuperado de http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/oidopensante/article/view/7076