A representação da performance em estudos etnomusicológicos

  • Marco Lutzu

Resumo

A partir dos anos 70 do século XX, alguns etnomusicólogos começaram a elaborar uma série de reflexões teóricas sobre a performance como elemento central para o estudo do music making, as quais conduziram à necessidade de desenvolver outras formas de visualização da música que possam auxiliar os seus objetivos analíticos. Este artigo mostra como se tem representado a performance em estudos etnomusicológicos. Discutirei se a representação gráfica de uma gravação sonora é simplesmente um espelho do entendimento do pesquisador ou a consequência da sua vontade de enfatizar um aspeto específico, mediada (e limitada) pelas possibilidades que oferecem o sistema semiográfico ocidental. Após apresentar uma série de exemplos que mostram como vários académicos decidiram representar graficamente a performance musical, este artigo pretende mostrar que a análise de estratégias de representação da performance em estudos etnomusicológicos pode ser considerada um meio útil para refletir sobre aspetos, tais como: 1) os limites intransponíveis das transcrições em pentagrama para entender a música como fenómeno performativo; 2) a análise das soluções gráficas adotadas pelo etnomusicólogos como uma estratégia para dar a entender melhor a sua ideia sobre o que é a performance; 3) o papel que desempenha a tecnologia na promoção de novos enfoques analíticos e metodologias e; 4) a análise em etnomusicologia como um “processo artesanal”.

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Publicado
2016-08-01
Como Citar
Lutzu, M. (2016). A representação da performance em estudos etnomusicológicos. El oído Pensante, 4(1). Recuperado de http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/oidopensante/article/view/7532