Gerando ontologias de gravações sonoras históricas. Interculturalidade, inter-coletividade e transmutação como método

  • Matthias Lewy
Palavras-chave: interculturalidade, relações humano / não humano, transmutação, registros históricos, Koch-Grünberg

Resumo

O artigo enfoca gravações sonoras históricas e como estas são percebidas por vários atores em suas comunidades de origem, mostrando os limites da interculturalidade ao lidar apenas com interações humano/humano. A inter-colectividade é sugerida como um conceito que inclui relações humano/não humano, tomando essas ontologias como verdadeiras e como uma base séria para análise. Na segunda parte, discutem-se os problemas de tradução em interações inter-coletivas, levando ao método da “transmutação”. O conceito refere-se à ideia de Roman Jakobson (1959) de uma tradução intersemiótica, definida como “uma interpretação de signos verbais por meio de signos do sistema de signos não verbais”. Além disso, isso demonstra como a transmutação é uma prática geral nas interações entre xamã e ipukenak (sábio) de Pemón com os espíritos. Assim, o gênero de música ritual murúa (Taurepán) é escolhido como exemplo. Por fim, o presente estudo mostra como a transmutação pode ser aplicada nas práticas de tradução indígena como um método para a análise de registros históricos. Argumento que o som, como som em si mesmo, bem como o material que o incorpora devem ser entendidos como uma nova unidade ontológica que é gerada continuamente. O processo dessa geração é definido por várias entidades (por exemplo, pensamentos, práticas, relações) e seus sistemas semióticos.

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Publicado
2019-02-01
Como Citar
Lewy, M. (2019). Gerando ontologias de gravações sonoras históricas. Interculturalidade, inter-coletividade e transmutação como método. El oído Pensante, 7(1). Recuperado de http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/oidopensante/article/view/7549