Europa e a transformação do tango: cenas de uma narrativa ritualizada

  • María Julia Carozzi
Palavras-chave: tango, antropologia da danza, narrativa

Resumo

O artigo argumenta que os trabalhos das ciências sociais que fornecem uma fonte externa, a partir dos países centrais, às transformações experimentadas pela dança do tango em Buenos Aires, podem ser entendidos como a reiteração criativa de um roteiro desenvolvido gradualmente entre 1910 e 1930 e transcrito pelos escritores argentinos da época. As histórias do tango imaginadas por eles têm sido habitualmente abordadas pelos cientistas sociais como se fossem arquivos que guardam uma memória confiável das transformações sofridas pela dança. Argumenta-se que as ciências sociais têm contribuído de forma direta ou indireta para a ritualização, entendida como hierarquização de uma prática narrativa para a dança, que a leva de uma origem marginal à aceitação pelos setores abastados de Buenos Aires. O evento que teria impulsionado esse transplante teria sido a exportação da dança para a Europa que, codificando-a a teria refinado ou adaptado. A formação do roteiro na literatura é explorada a partir de uma antologia documental de duzentos e vinte escritos argentinos ordenados por ordem cronológica, publicada por Tomás de Lara e Inés Roncetti

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Publicado
2019-08-01
Como Citar
Carozzi, M. J. (2019). Europa e a transformação do tango: cenas de uma narrativa ritualizada. El oído Pensante, 7(2). Recuperado de http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/oidopensante/article/view/7558