Mimesis sonora e metamorfose estética: o século XIX como uma etapa crítica na história do pensamento musical

  • Javier Campos Calvo-Sotelo
Palavras-chave: afinidade sônica, século 19, revolução industrial, paisagens sonoras, romanticismo

Resumo

A teoria da afinidade sônica (Campos, 2016) considera que o cérebro musical humano é modelado pela ação dos sons recebidos desde a formação do ouvido, gerando perfis sonoros e estéticos em processos miméticos integrados na lógica evolutiva. Aplicada ao campo da musicologia histórica, permite analisar o século XIX como uma etapa determinante de mutações musicais após a revolução industrial, que aniquilou a quietude sonora do Antigo Regime com o estrépito dos motores a vapor, fiandeiras mecânicas e ferrovias. A orquestra cresceu imparável, o piano dobrou em poder e possibilidades os seus antecessores, o metrônomo e a pianola se tornaram universais, e as composições eruditas desenvolveram características e atingiram níveis de complexidade anteriormente impensáveis. Da mesma forma, a voz humana se afogou temporariamente sob a avalanche instrumental.

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Publicado
2020-02-10
Como Citar
Campos Calvo-Sotelo, J. (2020). Mimesis sonora e metamorfose estética: o século XIX como uma etapa crítica na história do pensamento musical. El oído Pensante, 8(1). https://doi.org/10.34096/oidopensante.v8n1.7596