Sombras de antepassados esquecidos
Uma reflexão sobre a origem da etnografia e da etnología na obra de Han Vermeulen
Resumo
O trabalho a seguir surge de um diálogo com a obra de Han Vermeulen em relação às origens da antropologia. Para este autor, a origem da etnologia, como uma das raízes da antropologia sociocultural, é o produto de uma disciplina que atingiu a sua maturidade no final do século XVIII, emergindo de um trabalho de campo realizado na Rússia e no Norte. da Ásia, principalmente por acadêmicos da Universidade de Göttingen. A tese proposta por Vermeulen aponta para uma revisão histórica das origens da antropologia, contrapondo-se à visão tradicional e mais difundida, que deu origem à disciplina no final do século XIX com a conformação do paradigma evolucionário. Este artigo faz um tour por este trabalho e apresenta algumas notas críticas sobre os argumentos e conclusões defendidos pelo autor. Também destaca o valor desse tipo de reflexão para uma maior compreensão da disciplina antropológica como um produto histórico e para o reconhecimento de tradições disciplinares periféricas que muitas vezes não são reconhecidas nas tradições canônicas.Downloads
Referências
Alymov, S. y Sokolovskiy, S. (2018). The International Encyclopedia of Anthropology. John Wiley & Sons. doi: https://doi.org/10.1002/9781118924396.wbiea2360
Barth, F., Gingrich, A., Parkin, R., y Silverman, S. (2010). One discipline, four ways: British, German, French, and American anthropology. University of Chicago Press, Chicago.
Boas, F. (1904). The History of Antropology. Science, 20(512), 513-524. doi: https://doi.org/10.1126/science.20.512.513
Bunzl, M. (1996). Franz Boas and the humboldtian tradition. En G. W. Stocking (Ed.), Volksgeist as method and ethic essays on Boasian ethnography and the German anthropological tradition (pp. 17-78). Winsconsin University Press, Madison.
Chakrabarty, D. (2008). Provincializing Europe: Postcolonial thought and historical difference (Reissue, with a new preface by the author). Princeton University Press,Princeton, NJ
Figal, S. E. y Larrimore, M. J. (Eds.). (2006). The German invention of race. Nueva York: State University of New York Press.
Kerimova, M. M. (2011). Formation of Russian Ethnography (1750-1850). Traditiones, 119-136. doi: https://doi.org/10.3986/Traditio2011400208
Krotz, E. (2004). ¿Ciencia normal o revolución científica? Notas sobre las perspectivas actuales de la antropología sociocultural. En A. Rosato y M. Boivin (Eds.), Constructores de otredad: Una introducción a la antropología social y cultural (pp. 34-47). Antropofagia, Buenos Aires.
Lakatos, I. y Lakatos, I. (1999). The methodology of scientific research programmes. Cambridge University Press, Cambridge.
Lins Ribeiro, G., Escobar, A., Barragán, C. A. y Restrepo, E. (2008). Antropologías del mundo: Transformaciones disciplinarias dentro de sistemas de poder. Envión Editores, Popayán, Colombia.
Palerm, A. (2004). Historia de la etnología: Tylor y los profesionales británicos. Guadalajara: Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Occidente de la Universidad Iberoamericana.
Sagan, C. y Druyan, A. (1993). Sombras de antepasados olvidados. México DF: Planeta.
Shimkin, D. B. (1990). Siberian Ethnography: Historical Sketch and Evaluation. Arctic Anthropology, 27(1), 36-51.
Sokolovskiy, S. (2017). Anthropology in Russia: Tradition vs. Paradigm Shift. En A. Barrera González, M. Heintz, y A. Horolets (Eds.), European anthropologies. Nueva York: Berghahn Books.
Stagl (1998). Rationalism and Irrationalism in Early German Ethnology. The Controversy between Schlözer and Herder, 1772/73. Anthropos, 93, 521-536.
Stocking, G. (1968). On the Limits of ‘Presentism’ and ‘Historicism’ in the Historiography of the Behavioral Sciences. En Race, Culture and Evolution. Essays in the History of Anthropology (pp. 1-12). Chicago: The Free Press.
Stocking, G. (1971). What’s in a Name? The Origins of the Royal Anthropological Institute (1837-71). Man, 6(3), 369. doi: https://doi.org/10.2307/2799027
Stocking, G. W. (1983). The etnographer´s magic. En Observers Observed: Essays on Ethnographic Fieldwork (History of Anthropology, Volume 1) (pp. 70-120). University of Wisconsin Press, Madison.
Vakhtin, N. (2008). Transformaciones en la antropología de Siberia: Una perspectiva desde adentro. En G. L. Ribeiro, A. Escobar, C. A. Barragán, y E. Restrepo (Eds.), Antropologías del mundo: Transformaciones disciplinarias dentro de sistemas de poder (pp. 67-90). México DF: Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS).
Vermeulen, H. F. (1988). Het ontstaan vab de Volkenkunde, ca 1770 in Göttingen (tesis de maestría). Universidad de Leiden, Leiden, Países Bajos.
Vermeulen, H. F. (1992). The emergence of ethnography ca. 1770 in Göttingen. History of Anthropology Newsletter, 2(19) 6-9.
Vermeulen, H. F. (2006a). The German invention of völkerkunde: Ethnological discourse in Europe and Asia, 1740-1798. En S. E. Figal y M. J. Larrimore (Eds.), The German invention of race (pp. 123-146). Nueva York: State University of New York Press.
Vermeulen, H. F. (2006b). The German ethnographic tradition and the American connection. History of Anthropology, 33(2), 9-14.
Vermeulen, H. F. (2008). History of Anthropology. University of Leiden, Leiden.
Vermeulen, H. F. (2015). Before Boas: The genesis of ethnography and ethnology in the German Enlightenment. Nebraska: University of Nebraska Press.
Vermeulen, H. F., y Roldan, A. A. (1995). Fieldwork and Footnotes: Studies in the History of European Anthropology. Londres: Routlege.
Runa, archivos para las ciencias é uma publicação do Instituto de Ciencias Antropológicas, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires e é distribuída sob o título Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Runa mantém o seu compromisso com as políticas de Acesso Aberto à informação científica, considerando que tanto as publicações científicas como a investigação financiada com fundos públicos devem circular livremente na Internet, gratuitamente e sem restrições.
Os conteúdos e opiniões expressos nos artigos publicados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.