Sobre fracassos e êxitos relativos
Técnica, política e ontologia nos projetos de criação animal em aldeias indígenas na Amazônia
Resumo
A partir de um exemplo etnográfico concreto coletado entre os Karitiana (povo indígena de língua Tupi-Arikém no estado de Rondônia, sudoeste da Amazônia brasileira), este artigo discute algumas das razões pelas quais a introdução da criação de animais em larga escala entre sociedades nativas das terras baixas sul-americanas têm fracassado, ou têm obtido, no máximo, êxitos relativos. Construída como parte importante das políticas públicas oficialmente voltadas aos povos indígenas desde o início do século XX, a criação animal baseia-se em uma série de pressupostos incompatíveis com as formas ameríndias de relação com os seres não humanos. Tais descompassos explicam a falência das múltiplas tentativas de implementação da pecuária, da piscicultura ou da avicultura (entre outras) em aldeias indígenas amazônicas, sugerindo que tais atividades não parecem constituir boas alternativas para a sustentabilidade econômica dessas populações.Downloads
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